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27.01.2025 02:24 PM
Bitcoin: Trump, China e a obtenção de lucros

Atualmente, o Bitcoin enfrenta forte pressão devido ao aumento da aversão ao risco e à consequente queda na demanda por ativos de risco. O preço da criptomoeda caiu para menos de 100.000 dólares, enquanto as principais altcoins também registraram quedas acentuadas. Essa situação decorre de dois fatores-chave: Trump e China. O presidente dos EUA ainda não constituiu uma reserva de Bitcoin, contrariando suas promessas de campanha, e quase desencadeou uma guerra comercial com a Colômbia. Enquanto isso, a China divulgou dados decepcionantes do PMI para o setor industrial.

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Na sexta-feira, 24 de janeiro, Donald Trump anunciou a criação de uma força-tarefa para assessorar a Casa Branca sobre os mercados de moedas digitais. Nos próximos seis meses, o grupo deve desenvolver um marco regulatório para os criptoativos e avaliar a viabilidade de estabelecer uma reserva de Bitcoin.

Por um lado, essa é uma notícia positiva para a indústria de criptomoedas, já que o presidente reconheceu oficialmente os ativos digitais como um "motor-chave da inovação financeira". Por outro, o mercado esperava mais — afinal, a formação dessa força-tarefa já havia sido precificada antes da posse de Trump. Durante sua campanha, ele prometeu emitir um decreto presidencial para criar uma reserva de criptomoedas no primeiro dia de governo. No entanto, como diz o ditado, "promessas são como massa de torta — fáceis de fazer, fáceis de quebrar". E essa, ao que tudo indica, foi arquivada indefinidamente.

Além disso, outros fatores que antes impulsionavam o Bitcoin já foram absorvidos pelo mercado. Um exemplo foi a reação positiva dos traders à saída de Gary Gensler da presidência da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), devido à sua postura rígida contra as criptomoedas. Trump o substituiu por Paul Atkins, um defensor do setor. O Bitcoin também se beneficiou da criação de uma força-tarefa especial dentro da SEC, liderada por Hester Peirce, conhecida por sua posição favorável às criptomoedas.

No entanto, essas decisões ainda são amplamente declarativas. Trump não confirmou se os EUA realmente criarão uma reserva de criptomoedas, deixando o tema em aberto. Isso gera uma probabilidade de 50% de que a ideia seja adiada ou descartada por completo.

Como resultado, investidores realizaram lucros, levando a uma reversão no par BTC/USD, que caiu para US$ 97.700 em poucas horas. Outros fatores fundamentais também contribuíram para a redução do apetite por risco.

Por exemplo, a China divulgou hoje seu PMI de manufatura, que frustrou as expectativas dos investidores. O índice vinha demonstrando uma tendência de alta de setembro a novembro, atingindo 50,3. No entanto, em dezembro caiu inesperadamente para 50,1 (contrariando previsões de crescimento) e recuou ainda mais para 49,1 em janeiro. Isso coloca o indicador em território de contração pela primeira vez desde setembro do ano passado e marca seu nível mais baixo desde fevereiro de 2024.

Além disso, a China informou que os lucros das principais empresas industriais (aquelas com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuans) caíram 3,3% em 2024. Este é o terceiro ano consecutivo de queda, após uma retração de 2,3% em 2023.

O "incidente colombiano" também contribuiu para o aumento da aversão ao risco. No domingo, Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre todas as importações da Colômbia e propôs sanções de visto contra autoridades colombianas. A medida foi uma retaliação à recusa da Colômbia em aceitar aviões de transporte militar carregando migrantes deportados da Califórnia.

Em resposta, o presidente colombiano declarou que seu país imporia tarifas recíprocas às importações dos EUA. No entanto, após negociações informais, ambas as partes recuaram: a Casa Branca emitiu um comunicado confirmando que a Colômbia aceitaria os migrantes, o que levou à suspensão das tarifas e sanções.

Nesse contexto, um relatório do The Wall Street Journal trouxe um ponto relevante. Segundo a publicação, os assessores de Trump não pretendem esperar por negociações prolongadas com a China. Fontes internas afirmam que um "alto funcionário da Casa Branca" declarou que o presidente dos EUA está preparado para agir "rápida e decisivamente", assim como no caso colombiano.

Diante desse cenário, as condições fundamentais não favorecem um crescimento sustentável do Bitcoin. As correções provavelmente serão vistas como oportunidades para abrir posições de venda. O Bitcoin acabou vítima de expectativas infladas sobre a criação de uma reserva de criptomoedas, em meio a um mercado mais avesso ao risco.

Perspectiva técnica para o Bitcoin

O suporte está em US$ 97.700 (limite superior da Nuvem Kumo no intervalo D1). Caso os vendedores rompam esse nível, o próximo alvo para BTC/USD será US$ 92.000 (limite inferior da Nuvem Kumo no mesmo período).

Irina Manzenko,
Analytical expert of InstaTrade
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